
Preenche uma capacidade do estômago, entre 450 a 700 mL, definida pelo médico gastroenterologista, consoantemente com a anatomia do paciente. Por isso, induz sensação de plenitude gástrica e de saciedade, reduzindo a ingestão alimentar e contribuindo para a aquisição de novos hábitos. É utilizado para a obtenção de redução ponderal pré-cirúrgica, de forma a reduzir os riscos anestésico-cirúrgicos e o período máximo de permanência recomendado é seis meses, durante o qual se estima uma redução de 13 a 20 kg e de 5-9 kg/m² de IMC, podendo variar de um paciente para outro (ALMEIDA e cols., 2006; BISPO e cols., 2008; CARVALHO e cols., 2011).
Além da perda ponderal, há também melhoria do perfil metabólico e alterações na concentração das hormonas reguladoras do apetite, que são também transitórias. Contudo, é sabido que 25-40% dos doentes tratados com BIG têm recidiva da obesidade doze meses após a sua retirada (CARVALHO e cols., 2011).
Segundo Carvalho e cols. (2011), o BIG é indicado nos seguintes casos:
- Obesos refratários a tratamento clínico prévio (dieta, modificação comportamental, fármacos);
- IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade grau II);
- IMC < 35 kg/m², com comorbidades;
- Indicação para cirurgia bariátrica, mas com contra-indicação ou recusa à cirurgia;
- Redução do risco anestésico-cirúrgico em doentes com indicação para cirurgia bariátrica ou outro tipo de cirurgia (ortopédica, geral, dentre outras);
- Redução do risco clínico de doenças crônicas graves e/ou incapacitantes (diabetes, doenças cardiovasculares, apneia obstrutiva do sono, dentre outras).
O BIG está contra-indicado em pacientes previamente submetidos à cirurgia bariátrica ou ressecção gástrica, em casos de úlceras, hérnia de hiato (>3cm), efermidades esôfago-gastro-duodenais não tratadas, disrtúrbios psiquiátricos, doença inflamatória intestinal não controlada, toxicodependência, etilismo, gestação e lactação (ALMEIDA e cols., 2006; CARVALHO e cols., 2011).
A princípio, eram comuns complicações graves, tais como obstrução intestinal e hemorragias. Atualmente, porém, estas complicações são raras e o BIG é seguro e bem tolerado. Normalmente ocorrem queixas dispépticas e vômitos, os quais não devem ser persistentes, visto que pode causar desidratação, insuficiência renal e alterações do equilíbrio hidroeletrolítico como hipocalemia, obrigando à retirada do BIG (BISPO e cols., 2008; CARVALHO e cols., 2011).
O nutricionista tem a função de orientar sobre as mudanças que ocorrem na dieta após o procedimento. Devem ser feitas orientações quanto à evolução da dieta (dieta líquida, pastosa, branda e livre), escolhas alimentares, adequação das porções, mastigação adequada e fracionamento das refeições, objetivando a perda ponderal sem prejuízo nutricional (CARVALHO e cols., 2011).
Para acessar a bibliografia consultada, clique aqui.
Fonte: Portal Nutrição em Foco!
Escrito por: Apoena Mendonça!